A Prefeitura de Nova Mamoré, por meio de convênio com o Hospital Santa Marcelina, em Porto Velho, tem proporcionado cirurgias oftalmológicas gratuitas a pacientes do município, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes atendidos estavam na fila de espera da Regulação Municipal
A ação é fruto de uma emenda parlamentar no valor de R$ 1 milhão e está sendo executada conforme a demanda e classificação de risco da Regulação Municipal, via Sistema Nacional de Regulação (SISREG).
Entre dezembro de 2024 e maio de 2025, foram realizados 230 atendimentos oftalmológicos, entre exames e consultas. Desses, 37 evoluíram para procedimentos cirúrgicos.
O transporte dos pacientes até Porto Velho é realizado por ônibus da própria Prefeitura de Nova Mamoré, que também oferece alimentação e, quando necessário, estadia na Casa da Cidadania. Todo o processo é custeado integralmente pelo município.
Segundo o prefeito Marcélio Brasileiro, esse investimento representa um compromisso com a saúde pública e com a dignidade das pessoas.
“Nossa gestão tem o compromisso de cuidar das pessoas. Sabemos como problemas de visão afetam a qualidade de vida, principalmente da população mais vulnerável. Por isso, buscamos essa parceria para garantir que ninguém fique sem enxergar por falta de recursos financeiros”, afirmou o prefeito.
A importância do atendimento oftalmológico
Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam que mais de 1 milhão de brasileiros convivem com a catarata, uma das principais causas de cegueira reversível no país. Já o pterígio, popularmente conhecido como “carne crescida no olho”, é uma condição comum em regiões de muito sol e poeira, como em Rondônia. Ambos os problemas comprometem a visão e, sem tratamento, podem causar limitações severas no dia a dia das pessoas.
Em Nova Mamoré, muitos moradores enfrentavam dificuldades para custear os tratamentos. A oferta gratuita de cirurgias tem transformado essa realidade.
Histórias de quem voltou a enxergar com dignidade
O agricultor aposentado Florisvaldo Cruz, conhecido como Sr. Loro, é um dos beneficiados e conta que “agora consegue enxergar melhor e já aguarda ansioso para operar o outro olho”. Ele foi atendido no posto de saúde, passou pela regulação, seguiu de ônibus da prefeitura até Porto Velho, onde foi operado. “Recebi todas as orientações para os cuidados após a cirurgia e só tenho a agradecer. Tudo foi gratuito”, destacou.
Já Maria Teixeira Toledo Kadena, autônoma e moradora do bairro Planalto, foi diagnosticada com pterígio. Ela procurou clínicas particulares, mas o valor cobrado pela cirurgia era de aproximadamente R$ 3 mil por olho — valor fora da sua realidade. “Marquei no posto do bairro e em cerca de 15 dias já fui chamada. Fiz a cirurgia do primeiro olho e agora estou aguardando o segundo. Foi tudo bem organizado e de graça”, contou emocionada.
Como funciona o atendimento
O acesso ao serviço começa na unidade básica de saúde, onde o paciente é avaliado e inserido na Regulação Municipal. A fila segue critérios clínicos e de risco.
A Prefeitura reforça que o objetivo é continuar buscando parcerias e recursos que ampliem o acesso à saúde de forma humanizada e eficaz. A expectativa é que mais pacientes possam ser atendidos nos próximos meses, devolvendo não só a visão, mas a esperança de uma vida com mais qualidade.
